O Império Otomano terminou oficialmente em 1 de novembro de 1922, quando a Grande Assembleia Nacional aboliu o cargo de sultão. A República da Turquia foi oficialmente proclamada a 29 de outubro de 1923. A 3 de março foi decretada a expulsão da família real otomana e abolição do califado, o que constituiu um claro sinal da laicidade e irreversibilidade do regime.
Mustafa Kemal tornou-se o primeiro presidente da República e empreendeu um vasto programa de reformas que tinham como objetivo de tornar a Turquia um estado secular moderno, baseado na ideologia que é conhecida como kemalismo. No campo legal e direitos, as mulheres passaram a ter os mesmos direitos que os homens, foi publicado um código civil baseado no Suíço e um código penal baseado no italiano.
Em 1924 foi lançada uma reforma drástica da educação, passando esta a estar a cargo do estado, tendo sido encerrados todas as escolas privadas ou religiosas, acabando com o domínio islâmico da educação. Os madraçais (escolas islâmicas) foram extintos, sendo criados em sua substituição escolas religiosas dependentes do estado (ımam hatip). As ordens religiosas foram igualmente encerradas. Mustafa Kemal convidou o filósofo epedagogo americano John Dewey a visitar a Turquia para o aconselhar nessas reformas. Em 1928 foi adotado o alfabeto turco, de grafia latina,em substituição dos alfabetos árabe e persa, com a justificação que nenhum deles era adequado à fonética do turco e que, por ser mais fácil de ensinar, seria um fator decisivo para atingir um dos objetivos das reformas: a alfabetização de toda a população.
O uso de roupa ocidental foi encorajado, e foram inclusivamente decretadas leis banindo o uso de certas roupas, como foi o caso da proibição do uso do fez, o chapéu emblemático dos funcionários públicos otomanos, em 1925, e da lei de vestuário de 1934, que proibiu o uso de véus e turbantes em instituições públicas. Em 1934 foi publicada uma lei que obrigou todos os cidadão turcos a adotar um sobrenome de família. Até aí era muito raro o uso de sobrenomes de estilo ocidental entre os muçulmanos da Turquia, embora as populações cristãs os usassem. Essa lei atribuiu também o sobrenome honorífico Atatürk (pai dos turcos) a Mustafa Kemal, decretando que esse nome só poderia ser usado por Gazi Mustafa Kemal Atatürk.